Os formadores têm, agora, a oportunidade ímpar de preparar os seus formandos para viverem numa sociedade que é digital e global. Daí decorre, porém, uma multiplicidade de papéis e posições por parte destes profissionais, que têm de se ajustar no campo pedagógico e de construir a sua própria consciência e compreensão em diversas matérias, como as alterações climáticas, as desigualdades estruturais e/ou a sensibilidade para questões associadas à multiculturalidade. Os formadores são encorajados a encontrar estratégias para abordar antecedentes culturais dos seus formandos de uma forma respeitosa e significativa.
Por outro lado, a pesquisa tornou-se fundamental e uma área de interesse crescente para formadores e também para as entidades formadoras. Com o surgimento de novas metodologias, os formadores precisam de acompanhar tendências e práticas emergentes. Aprender a ensinar é um processo contínuo, por isso é essencial proporcionar oportunidades de desenvolvimento profissional aos formadores para promover a sua especialização pedagógica (Atay, 2008). Uma área-chave neste campo é a modernização dos contextos de aprendizagem, através da utilização de tecnologias e ferramentas digitais. É esperado, também, que os formadores preparem os seus formandos para o mundo digital e os ajudem a manter-se atualizados em relação às novas tecnologias. Esta circunstância tem colocado os formadores sobre grande pressão, pois, para tal, têm de apostar no desenvolvimento da sua própria compreensão e proficiência no uso de tecnologias digitais.
Um dos investigadores e educador mais proeminente neste campo, Mark Pegrum, afirma que o ensino deverá abranger uma grande variedade de literacias, que deverão estar estreitamente associadas ao ensino das literacias tradicionais — leitura e escrita. Na sua ótica, ensinar uma língua apenas com recurso a meios impressos é insuficiente para dar resposta às presentes e futuras necessidades dos formandos (Pegrum et al., 2013).