Barreira digital e acessibilidade
A escassa acessibilidade a dispositivos digitais é um ponto muito importante e recorrentemente referido que afeta transversalmente os formandos, limitando a aquisição de competências digitais. Embora o uso de dispositivos digitais esteja a tornar-se cada vez mais comum na vida quotidiana, os fatores económicos desempenham ainda um papel relevante no alargamento do fosso entre aqueles que podem facilmente aceder a dispositivos e plataformas digitais e os que não têm essa possibilidade. Este é um desafio com o qual os formadores têm de lidar, mas é fundamental adotar abordagens inovadoras e oferecer soluções para ultrapassar esta situação.
Competências digitais para a empregabilidade
A Comissão Europeia publicou os resultados do estudo ICT for Work: Digital Skills in the Workplace (2017) (https://ec.europa.eu/digital-single-market/en/news/ict-work-digital-skills-workplace), que explora a evolução do setor do emprego no quadro da economia digital da UE e a penetração das tecnologias digitais nos locais de trabalho. Este estudo sublinha que a digitalização da economia tem vindo a criar uma polarização no mercado de trabalho e o aumento da procura de indivíduos altamente qualificados e ágeis nas novas tecnologias para exercerem novas profissões que antes não exigiam esse nível de competências em TIC.
Também em 2017, o Eurostat publicou números realmente interessantes sobre as competências digitais e o mercado de trabalho, que sustentam a ideia de um desajustamento entre a oferta de mão-de-obra qualificada em termos de competências digitais e a elevada procura existente no seio do mercado de trabalho. De acordo com estes dados, 85% dos empregos na UE requerem um nível básico de competências digitais, mas 43% da população da UE carece dessas mesmas competências. Além disso, 29% dos trabalhadores terão de aprender a utilizar novos equipamentos nos seus empregos e admitem necessitar de mais formação para esse fim.